Em uma nova e poderosa declaração, a Ripple enviou sua resposta oficial ao inquérito regulatório de criptografia da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), reforçando sua posição de que a agência ultrapassou seus limites legais. O documento, lançado em 21 de março, é a resposta da Ripple a uma solicitação da SEC intitulada “There Has to Be a Way Out“, emitida pelo Comissário Hester Peirce, um conhecido defensor da criptografia.
Compartilhada pelo diretor jurídico da Ripple, Stuart Alderoty, a resposta reflete a crescente frustração com a abordagem prolongada da SEC, liderada pelo presidente Gary Gensler. A Ripple argumenta que a Comissão interpretou erroneamente a definição de “contratos de investimento“, usando-a para justificar ações agressivas contra inovadores de criptografia.
O argumento principal: A autoridade da SEC tem limites
Ripple começa lembrando aos reguladores que a SEC só pode agir dentro dos poderes concedidos pelo Congresso, fazendo referência a West Virginia v. EPA (2022) como um precedente legal. A empresa afirma que a SEC não pode ampliar as definições legais para trazer ativos criptográficos descentralizados sob a lei de valores mobiliários.
“A autoridade da SEC não é um livro de aventura do tipo “escolha sua própria aventura”. Ela não pode reescrever a lei”, afirma a resposta da Ripple.
A Ripple alega que, para que exista um verdadeiro contrato de investimento, é preciso haver um investimento claro de dinheiro e um promotor que prometa gerar lucro – critérios que a maioria das criptomoedas e redes descentralizadas não atendem.
Com base em uma analogia poderosa, a Ripple compara a compra de ativos digitais à compra de uma pintura com a esperança de que a fama do artista aumente seu valor. Eles argumentam que essa expectativa, por si só, não transforma a compra em um título.
Staking não é uma segurança, diz a Ripple
Dey There observa que a resposta também defende os protocolos de staking e de rendimento descentralizado, afirmando que os retornos passivos gerados por redes públicas e sem permissão não devem ser considerados títulos.
“As recompensas programáticas de redes abertas não constituem valores mobiliários”, argumenta a Ripple, mirando nas recentes ações de fiscalização contra os serviços de staking.
Apoio ao Safe Harbor e clareza legislativa
A mensagem da Ripple para a SEC não é apenas crítica – é construtiva. A empresa expressa apoio à proposta “Safe Harbor 2.0″ do Comissário Peirce, uma estrutura que permitiria às startups de criptografia um período de carência para se desenvolverem sem a ameaça imediata de ação regulatória.
O Ripple também exige:
- Clareza do Congresso sobre a regulamentação de criptografia
- Estruturas específicas da ICO com proteções ao investidor
- Exclusões claras para protocolos de staking e descentralizados
- O estabelecimento de áreas restritas regulatórias para experimentação
Essas medidas, argumenta a Ripple, criariam um ambiente regulatório equilibrado que fomentaria a inovação sem comprometer a proteção do consumidor.
Dey There enfatiza, essa apresentação é mais do que uma refutação – é um projeto para a regulamentação moderna de criptografia. Resta saber se a SEC levará isso a sério, mas a Ripple mais uma vez se posicionou como uma das maiores defensoras do setor para uma supervisão racional e transparente.