A carta de no action da SEC emitida para o Fuse tornou-se uma das decisões regulatórias mais importantes do setor DePIN neste ano. A decisão, que se concentra no projeto Solana-based Fuse Energy, oferece ao Fuse um espaço regulatório raro para operar, algo incomum para tokens criados para uso prático e não para fins de investimento.
- O que a carta de no action da SEC realmente significa?
- Por que a SEC aprovou o modelo do Fuse?
- Como o modelo energético do Fuse apoia sua posição regulatória?
- A SEC está adotando uma postura mais aberta para projetos DePIN?
- Por que a aprovação do Fuse é importante para o futuro da inovação regulada em cripto?
- Conclusão
- Glossário
- Perguntas Frequentes Sobre a Carta de No Action da SEC
Especialistas do mercado afirmam que essa medida indica uma possível mudança na forma como a Securities and Exchange Commission está começando a analisar projetos blockchain ligados à infraestrutura do mundo real, um segmento que aguardava orientações claras há anos.
O que a carta de no action da SEC realmente significa?
Uma carta de no action é essencialmente a forma da SEC dizer que não tomará medidas de fiscalização enquanto o projeto seguir exatamente o que descreveu. Essas cartas são comuns em áreas tradicionais das finanças, mas ainda são raras no mundo cripto.
Advogados costumam chamá-las de uma espécie de proteção regulatória, pois permitem que o projeto opere sem o risco imediato de um processo da SEC.
No caso do Fuse, o pedido foi enviado em 19 de novembro e explicava como o token funciona, como é distribuído e por que deve ser usado dentro do sistema, não como um ativo de investimento. Após analisar os detalhes, a SEC concordou que o projeto se enquadra nos critérios de algo que não deve ser tratado como valor mobiliário.
Por que a SEC aprovou o modelo do Fuse?
Segundo a carta, a equipe da SEC decidiu que os tokens FUSE podem ser oferecidos e vendidos sob as condições descritas pelo projeto sem desencadear qualquer ação de fiscalização. O vice-conselheiro-chefe, Jonathan Ingram, destacou que, com base nas informações fornecidas, a equipe não recomendaria ação contra o projeto enquanto as mesmas práticas de distribuição forem mantidas.
A SEC também observou que o token só pode ser trocado a preço médio de mercado por intermediários externos, reforçando a ideia de que ele é destinado ao uso e não ao investimento.
O Fuse explicou que seu token é usado para recompensar pessoas que ajudam a rede de energia descentralizada ao manter equipamentos funcionando, reduzir o consumo em horários de pico ou produzir energia limpa. Esse modelo valoriza as ações dos usuários, não o trabalho dos gestores da empresa.
Especialistas jurídicos afirmam que isso tornou a decisão simples, já que qualquer pessoa familiarizada com o teste Howey perceberia que o token não atende aos critérios de um valor mobiliário.
Como o modelo energético do Fuse apoia sua posição regulatória?
O sistema do Fuse une incentivos de energia limpa e verificação blockchain. Usuários recebem FUSE por apoiar o sistema energético. Eles podem ganhar FUSE ao usar painéis solares, carregar carros elétricos em horários adequados, economizar energia em momentos críticos ou fazer pequenas melhorias domésticas para reduzir o consumo.
A SEC afirmou que o valor do token vem do que os usuários fazem, não de apostas de preço ou expectativa de lucro. O Fuse também esclareceu que o token não oferece dividendos, propriedade, direitos de voto ou qualquer benefício semelhante. Seu uso é prático, como redução de custos de energia, acesso a melhorias ou compensação de pegada de carbono.
As pessoas podem negociar o token externamente se quiserem, mas sua função principal permanece dentro do ecossistema Fuse. Um analista comentou que o modelo do Fuse traz a blockchain para o uso diário, em vez de mantê-la no lado especulativo do mercado. Segundo ele, o sistema de recompensas alinha consumidores, operadores de rede e desenvolvedores de tecnologia de energia aos mesmos objetivos.
A SEC está adotando uma postura mais aberta para projetos DePIN?
Movimentos recentes da SEC sugerem isso. A carta de no action do Fuse veio após outra carta semelhante emitida para o DoubleZero no início deste ano, também um projeto de infraestrutura física descentralizada. Duas aprovações consecutivas levaram muitos a acreditar que a Comissão está reavaliando como ativos digitais utilitários devem ser tratados.
Essa mudança parece ter começado após uma alteração na liderança da SEC em abril, quando Paul Atkins tornou-se o 34º presidente e Hester Peirce assumiu mais responsabilidades na supervisão cripto. Projetos DePIN relatam que o ambiente está claramente diferente. Um cofundador afirmou que as reuniões com a nova liderança são mais profissionais, equilibradas e menos tensas.
A decisão sobre o Fuse segue essa tendência. Tokens criados para uso real podem agora estar sendo avaliados com base no funcionamento prático, não nas mesmas regras aplicadas a projetos puramente especulativos.
Por que a aprovação do Fuse é importante para o futuro da inovação regulada em cripto?
A carta de no action é vista como um marco para projetos DePIN que buscam regras mais claras. Ela mostra que tokens baseados em ações reais dos usuários não precisam ser tratados como valores mobiliários.
Também sugere que tokens utilitários com sistemas transparentes podem se encaixar nas regras federais. O mais importante é que oferece um modelo para projetos que querem recompensar participação, não lucro financeiro.
A advogada do ecossistema Solana, Rebecca Rettig, afirmou que essas cartas são buscadas por equipes que precisam de clareza regulatória e são essenciais para projetos que planejam distribuir tokens por muitos anos. À medida que o setor DePIN se torna multibilionário, essa clareza é crucial para crescimento seguro e consistente.
Desenvolvedores também veem com bons olhos o interesse da SEC em criar uma classificação mais clara para tokens, separando valores mobiliários, tokens utilitários e outros ativos digitais. Por enquanto, o resultado do caso Fuse é visto como um passo em direção a uma orientação mais estável e previsível.
Conclusão
A carta de no action concedida ao Fuse mostra que os reguladores dos Estados Unidos estão dispostos a diferenciar tokens especulativos de tokens criados para uso real. Ela também demonstra que projetos bem estruturados, especialmente aqueles que conectam blockchain à infraestrutura do mundo real, podem ser reconhecidos sem serem colocados automaticamente na categoria de valores mobiliários.
Um observador do setor disse que este é o tipo de clareza que os desenvolvedores esperavam há anos, o tipo que permite que a utilidade real tenha espaço para crescer. Se mais projetos seguirem o mesmo caminho e trabalharem com os reguladores desde o início, a indústria poderá avançar gradualmente para regras mais claras e abertas que apoiem a inovação verdadeira.
Por enquanto, a aprovação concedida ao Fuse é vista como um momento importante na forma como a tecnologia cripto e a regulamentação norteamericana começam a encontrar uma base mais equilibrada.
Glossário
No Action Letter: Aviso da SEC que confirma que não haverá ação de fiscalização se as regras forem seguidas.
Utility Token: Token usado dentro de uma rede, não para fins de lucro.
FUSE Token: Token do Fuse Energy usado para recompensar quem economiza ou produz energia.
DePIN: Modelo no qual sistemas do mundo real são operados e mantidos por usuários via blockchain.
Howey Test: Regra usada para determinar se algo é um valor mobiliário.
Utility Rewards: Recompensas obtidas por ações reais, como reduzir consumo ou apoiar a rede.
Perguntas Frequentes Sobre a Carta de No Action da SEC
O que é a carta de no action da SEC para o Fuse?
A carta informa que a SEC não tomará medidas se o Fuse seguir as regras explicadas ao regulador.
Por que a SEC concedeu a carta ao Fuse?
Porque o token é usado para utilidade real na rede e não é vendido ao público como investimento.
Quem assinou a resposta da SEC?
A resposta foi assinada por Jonathan Ingram, vice-conselheiro-chefe da divisão de finanças corporativas da SEC.
O que essa decisão significa para o token Fuse?
Significa que o token pode ser usado dentro da rede como um token utilitário e não precisa ser tratado como valor mobiliário.
Como o Fuse distribui seu token?
O Fuse distribui o token como recompensa para quem ajuda a operar a rede de energia e não o vende por meio de oferta pública.

