Este artigo foi publicado originalmente no Deythere.
- O que é o GENIUS Act e sua Estrutura para Stablecoins?
- O que a Regra de Stablecoins da FDIC Propõe
- O que Isso Significa para o Ecossistema de Stablecoins
- Reações da Indústria e do Mercado
- Conclusão
- Glossário
- Perguntas Frequentes sobre as Regras de Stablecoins da FDIC
- O que faz a regra de stablecoins da FDIC?
- Quem está autorizado a emitir stablecoins segundo o GENIUS Act?
- O que significa ter reservas para emissores de stablecoins?
- A proposta da FDIC é final?
- Essa regra afeta o uso de stablecoins?
- Referências
Os Estados Unidos estão à beira de uma mudança no setor de finanças digitais, à medida que os reguladores avançam com a permissão para que bancos emitam stablecoins de pagamento sob o recentemente aprovado GENIUS Act.
Recentemente, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) aprovou um Aviso de Proposta de Regulamentação detalhando os procedimentos de aplicação e os critérios para que bancos supervisionados pela FDIC e suas subsidiárias se tornem Emissores Permitidos de Stablecoins de Pagamento.
A regra concentra-se em requisitos de segurança, lastro de reservas, governança e transparência que os bancos deverão cumprir antes de emitir stablecoins, além de impor prazos rígidos para a tomada de decisões regulatórias.
O que é o GENIUS Act e sua Estrutura para Stablecoins?
O GENIUS Act exige que as reservas das stablecoins sejam resgatáveis na proporção de um para um com ativos aceitáveis e estejam sob o controle necessário do emissor, em conformidade com regras de divulgação, liquidez e governança.
A lei também especifica que esses ativos digitais não são depósitos nem valores mobiliários, colocando-os em uma categoria separada com seu próprio modelo de supervisão.
A FDIC, em coordenação com outros reguladores federais e estaduais quando apropriado, emitirá regulamentações detalhadas para garantir que a emissão de stablecoins esteja em conformidade com os requisitos de segurança e solidez aplicáveis aos bancos tradicionais.
O que a Regra de Stablecoins da FDIC Propõe
A regra proposta pela FDIC estabelece o processo pelo qual bancos supervisionados pela FDIC, ou seja, bancos estaduais não membros e associações de poupança estaduais, podem solicitar autorização para se tornarem Emissores Permitidos de Stablecoins de Pagamento por meio de subsidiárias com capital separado.
Em vez de permitir que os bancos emitam stablecoins diretamente em seus próprios balanços, a regra exige uma subsidiária separada, responsável exclusivamente pela emissão das stablecoins.
Os solicitantes deverão apresentar documentação detalhada relacionada à governança corporativa, composição das reservas, gestão de liquidez, políticas e práticas de resgate, adequação de capital, controles de AML e acordos com prestadores de serviços terceirizados.
Esse nível de transparência foi projetado para ajudar a garantir que o valor dessas stablecoins permaneça totalmente lastreado e que riscos potenciais sejam identificados e tratados em estágio inicial.
A regra também impõe prazos para a atuação dos reguladores. A FDIC terá 30 dias para decidir se uma solicitação está substancialmente completa, seguidos por um ciclo de 120 dias para aprová-la ou rejeitá-la. Caso a FDIC não atue dentro desse prazo após considerar a solicitação completa, a regra geralmente considera a aplicação aprovada por força da lei, um mecanismo destinado a evitar impasses regulatórios.
As negativas deverão ser fundamentadas em critérios de segurança e solidez, e os solicitantes poderão recorrer a um processo formal de apelação. Comentários públicos serão aceitos por 60 dias após a publicação da regra no Federal Register.
O que Isso Significa para o Ecossistema de Stablecoins
A proposta da FDIC é o primeiro grande plano regulatório para stablecoins elaborado por qualquer agência federal nos Estados Unidos.
Antes disso, as stablecoins prosperavam sob uma combinação fragmentada de regulamentações estaduais e federais, com questionamentos de reguladores como a SEC ou a Commodity Futures Trading Commission sendo tratados caso a caso, sem um arcabouço legal claro.
Agora, com o GENIUS Act e os esforços regulatórios da FDIC, existe um caminho claro para emissores regulados desses ativos, o que pode deslocar a atividade de stablecoins de jurisdições offshore ou pouco regulamentadas.
Esse modelo insere as stablecoins no sistema bancário tradicional, reguladas como produtos financeiros convencionais. Ao exigir que os emissores mantenham lastro 1:1 e cumpram padrões robustos de reporte, os reguladores esperam manter esses ativos digitais confiáveis à medida que são gradualmente incorporados ao sistema financeiro.
Reações da Indústria e do Mercado
Bancos e empresas de ativos digitais, em geral, receberam positivamente as ações da FDIC como um passo necessário em direção à clareza legal.
Emissores de stablecoins e grandes empresas de pagamentos vinham pressionando por diretrizes claras para evitar incertezas regulatórias que poderiam travar investimentos e inovação.
Com um processo de aplicação visível e prazos definidos, a regra proposta oferece um padrão para a indústria, permitindo que as empresas planejem lançamentos de produtos e programas de conformidade.
Alguns já antecipam forças competitivas, nas quais entidades reguladas possam oferecer suas próprias stablecoins em conjunto com serviços bancários tradicionais, impulsionando a inovação em pagamentos internacionais, liquidação de liquidez e infraestrutura de transações on-chain.
Ainda assim, há debate entre críticos sobre a viabilidade total do modelo. Por exemplo, os custos de conformidade e capital podem favorecer grandes instituições estabelecidas e afastar fintechs menores.
Além disso, a exigência de que stablecoins sejam emitidas por subsidiárias bancárias distintas pode introduzir complexidade operacional e maior carga regulatória para os emissores.
Conclusão
A proposta de regra da FDIC que define sua posição sobre a emissão de stablecoins sob o GENIUS Act representa um avanço importante na regulamentação de ativos digitais nos EUA.
Ao estabelecer processos de aplicação, requisitos de reserva, aspectos de governança e canais de reporte regulatório, a FDIC está criando um caminho para que stablecoins de pagamento entrem no sistema financeiro regulado de forma que equilibre inovação e proteção ao consumidor.
Embora a regra ainda não seja definitiva e esteja em fase de consulta pública, sua existência já oferece um modelo para bancos que desejam criar stablecoins, incluindo as obrigações relacionadas à cobertura de reservas, conformidade regulatória e supervisão.
Glossário
Stablecoin de pagamento: Ativo digital destinado ao uso em pagamentos ou liquidações e que mantém valor estável com base em uma moeda, como o dólar americano.
GENIUS Act: Lei dos EUA de 2025 que estabelece uma estrutura regulatória federal para emissores de stablecoins de pagamento e define requisitos de conformidade de reservas.
Lastro de reservas: Exigência de manter dólares americanos líquidos (ou possivelmente títulos do Tesouro de curto prazo) equivalentes ao volume de stablecoins em circulação.
Verificação independente: Processo pelo qual os emissores devem submeter seus ativos de reserva e operações de liquidez a auditorias externas.
Comitê de Revisão de Certificação de Stablecoins: Entidade federal, presidida pelo Secretário do Tesouro, responsável por revisar regulamentações estaduais para emissão de stablecoins.
Perguntas Frequentes sobre as Regras de Stablecoins da FDIC
O que faz a regra de stablecoins da FDIC?
A regulamentação propõe como bancos supervisionados pela FDIC podem solicitar autorização para emitir stablecoins sob o GENIUS Act, incluindo processos de aplicação, requisitos de reserva e padrões de conformidade.
Quem está autorizado a emitir stablecoins segundo o GENIUS Act?
Apenas entidades aprovadas podem emitir stablecoins, como subsidiárias bancárias, instituições não bancárias supervisionadas pelo OCC e entidades certificadas por reguladores estaduais.
O que significa ter reservas para emissores de stablecoins?
As reservas devem cobrir, no mínimo, o valor total emitido, com ativos altamente líquidos, incluindo dólares americanos, depósitos segurados e títulos do Tesouro de curto prazo.
A proposta da FDIC é final?
Não. O plano está em consulta pública e será revisado antes de sua adoção final.
Essa regra afeta o uso de stablecoins?
Sim. Ela integra a emissão de stablecoins ao sistema financeiro regulado, com o objetivo de aumentar a confiança e a supervisão.

