Os ETFs de Bitcoin e Ethereum acabam de ter a sua semana mais forte de sempre, com uma impressionante entrada de 4,5 mil milhões de dólares em novo capital. O feito reacendeu o otimismo no mercado de criptoativos e indica que a procura institucional por exposição a criptomoedas está novamente a acelerar.
De acordo com dados de fluxo de fundos, os ETFs de Bitcoin captaram cerca de 3,24 mil milhões, enquanto os de Ethereum somaram aproximadamente 1,3 mil milhões, marcando uma das maiores ondas de investimento desde o lançamento destes produtos. Os novos fluxos coincidem com um cenário macroeconómico mais favorável, inflação em arrefecimento e uma convicção crescente de que os criptoativos estão a recuperar o seu papel em carteiras diversificadas.
As instituições voltam ao jogo
Durante grande parte do ano, os grandes investidores mantiveram-se cautelosos, alguns até reduziram posições devido à volatilidade do mercado e à incerteza regulatória. Mas isso mudou.
Esta nova onda de capital em ETFs de Bitcoin e Ethereum representa, segundo analistas, “um voto de confiança” nas criptomoedas enquanto classe de ativos amadurecida.
Um estrategista de portfólio comentou na rede X (antigo Twitter):
“Estamos a assistir a uma rotação do dinheiro parado em caixa para ETFs digitais, é um movimento tático, mas também estrutural.”
Os números confirmam essa leitura. O Bitcoin mantém a sua dominância, mas a força dos fluxos para o Ethereum mostra um apreço crescente pela sua capacidade de gerar rendimento através do staking e pelo seu ecossistema DeFi. Muitos fundos já tratam o ETH como um complemento, e não um concorrente, ao Bitcoin nas suas carteiras cripto.
O vento macroeconómico sopra a favor
O momento destes fluxos não é por acaso. Os investidores estão a ajustar-se a uma nova realidade económica, taxas de juro em queda, dólar mais fraco e rendimentos menores em obrigações tradicionais.
Neste contexto, o perfil risco-retorno dos ETFs de Bitcoin e Ethereum voltou a ser atrativo.
Recentemente, o Bitcoin ultrapassou os 125 mil dólares, enquanto o Ethereum se aproximou dos 3.900 dólares, impulsionados por maior clareza regulatória e pela adoção mainstream. O cenário lembra o início de 2021, quando investidores institucionais alimentaram longas tendências de alta.
Mas agora há uma diferença essencial: o dinheiro entra através de produtos regulamentados e cotados em bolsa, não por fundos não supervisionados ou compras diretas. Esse detalhe mostra o quanto a indústria cripto evoluiu na integração com o sistema financeiro tradicional.
O momento do Ethereum
Para o Ethereum, esta fase representa mais do que uma simples recuperação de preço, é sobre utilidade e rendimento.
O staking tornou-se o coração do seu apelo. Cerca de 30% de todo o fornecimento de ETH está em staking, com rendimentos anuais em torno de 3%.
Por isso, vários emissores de ETFs estudam formas de refletir parte dessas recompensas no desempenho dos fundos.
Quando Bitcoin e Ethereum ETFs oferecem retorno, um pela valorização e outro pelo rendimento, formam um par equilibrado.
Como escreveu um investigador DeFi na rede X:
“O Bitcoin oferece escassez digital às carteiras institucionais; o Ethereum traz produtividade digital.”
É uma lógica que Wall Street entende bem: crescimento com rendimento.
Esse duplo perfil pode tornar os produtos baseados em Ethereum os grandes vencedores silenciosos de 2025.
Efeitos colaterais no mercado cripto
Mais do que o volume de entradas, esta tendência está a reconfigurar a estrutura do mercado.
Os dados on-chain mostram um aumento nas retiradas de moedas das exchanges, o que indica que grandes detentores estão a mover ativos para custódia de longo prazo.
Historicamente, isso coincide com fases de acumulação e menor pressão de venda.
A liquidez também melhorou, com spreads mais apertados nas principais bolsas e aumento no fluxo institucional de ordens.
Se os ETFs de Bitcoin e Ethereum continuarem a atrair milhares de milhões, poderão absorver uma parte significativa da liquidez diária do mercado spot, estabelecendo os preços dos ETFs como novo referencial de mercado.
Conclusão
Os 4,5 mil milhões de dólares que entraram em ETFs de Bitcoin e Ethereum numa só semana não são apenas um número, são um sinal de que o inverno institucional acabou.
O grande capital não está apenas a testar águas; está a mergulhar de volta em cripto, agora através de canais regulados.
Com o sentimento macroeconómico em mudança, rendimentos de staking em alta e ETFs que simplificam o acesso sem os riscos de custódia, a ponte entre a finança tradicional e os ativos digitais está solidamente construída.
Se esta tendência continuar, o próximo capítulo da criptoeconomia poderá ser definido não pelo hype do varejo, mas pela estratégia institucional.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Por que os ETFs de Bitcoin e Ethereum tiveram entradas recordes?
Porque os investidores institucionais regressaram ao mercado cripto à medida que a inflação desacelerou, as taxas de juro caíram e os ETFs passaram a oferecer exposição regulada.
2. Quanto dinheiro entrou nestes ETFs no total?
As entradas combinadas atingiram 4,5 mil milhões de dólares, 3,24 mil milhões em ETFs de Bitcoin e 1,3 mil milhões em ETFs de Ethereum.
3. O que torna os ETFs de Ethereum diferentes dos de Bitcoin?
Os ETFs de Ethereum podem gerar rendimento através do staking, combinando potencial de valorização com ganhos passivos.
4. Esta tendência pode continuar?
Se o ambiente macroeconómico permanecer favorável e a regulação estável, os analistas esperam fluxos consistentes até ao quarto trimestre de 2025.
Glossário
ETF (Exchange-Traded Fund):
Fundo de investimento negociado em bolsa que acompanha o valor de um ativo como Bitcoin ou Ethereum.
Staking:
Processo de bloquear criptomoedas para validar transações na rede e receber recompensas.
Entradas institucionais:
Investimentos de grande escala feitos por fundos, gestoras de ativos ou empresas.
Liquidez:
Facilidade de comprar ou vender um ativo sem provocar grandes variações no preço.