Este artigo foi publicado pela primeira vez no Deythere.
- Como os NFTs Consomem Energia
- O Merge do Ethereum e o Que Ele Significa Para a Sustentabilidade dos NFTs
- Blockchains Verdes e NFTs de Baixo Carbono
- Perspectivas de Especialistas Sobre a Sustentabilidade dos NFTs
- Tendências de Mercado e Perspectivas Futuras
- Conclusão
- Glossário
- Perguntas Frequentes Sobre o Impacto Ambiental dos NFTs
- Qual é o custo ambiental de um NFT?
- O que o Merge do Ethereum mudou?
- Existem blockchains realmente verdes?
- É possível criar NFTs sem prejudicar o meio ambiente?
- Referências
Houve uma enorme quantidade de preocupação ambiental em torno dos NFTs. O aumento nas vendas de NFTs em blockchains que consomem muita energia levou a um escrutínio sobre a pegada climática em 2021–2022. No entanto, essa história está começando a mudar agora. Novas pesquisas mostram que as principais plataformas de NFTs e redes blockchain estão caminhando para níveis significativamente mais baixos de emissões de carbono.
Como os NFTs Consomem Energia
Cada NFT, seja uma imagem, vídeo ou colecionável digital, precisa ser registrado na blockchain. Esse processo, chamado de minting (ou criação), assim como cada venda ou transferência, exige trabalho computacional. Como observa a TechTarget, os NFTs exigem energia desde a sua criação (minting) até as vendas e o armazenamento contínuo desses ativos online.
“Em outras palavras, enquanto um NFT estiver na blockchain, ele usa eletricidade”, diz o especialista em blockchain Marc Lijour.
O mecanismo de consenso da blockchain determina quanta energia é consumida. As redes de Prova de Trabalho (Proof-of-Work, PoW), como é o caso do Bitcoin, obrigam os mineradores a resolver quebra-cabeças complexos que consomem grandes quantidades de eletricidade (o consumo de energia do Bitcoin atualmente é de cerca de 131 TWh por ano).
Em contraste, as redes de Prova de Participação (Proof-of-Stake, PoS), como Ethereum 2.0, Tezos, Solana e Cardano, não exigem mineração e reduziram radicalmente suas necessidades de consumo de energia.
Antes de 2022, o Ethereum utilizava PoW como o Bitcoin. Em setembro de 2022, o Ethereum mudou para PoS, reduzindo o consumo de eletricidade da rede em impressionantes 99,99%.
Cada transação de NFT no Ethereum consome apenas cerca de 0,02 kg de CO₂ após essa transição, de acordo com estimativas recentes.
Ainda é difícil estimar com precisão a pegada de carbono de um NFT. As transações ocorrem em várias camadas (na cadeia, fora da cadeia e armazenamento), o que torna hoje quase impossível um cálculo totalmente preciso.
O especialista Preston Fischer, da FTI Consulting, explica que, embora as transações exijam energia, as evidências mostram que, com os avanços em PoS e no agrupamento de transações, a nova atividade energética é praticamente insignificante.
Em termos práticos, os cálculos indicam que as blockchains modernas consomem muito menos energia por NFT do que se imaginava. Para referência, a Solana afirma que uma única transação consome apenas 0,00412 Wh, aproximadamente o equivalente à energia de uma pesquisa no Google. A média do Ethereum em PoS (após o Merge) também é mínima, com apenas gramas de CO₂ por transação.
O Merge do Ethereum e o Que Ele Significa Para a Sustentabilidade dos NFTs
O Ethereum tem sido a principal rede de NFTs. O impacto ambiental dos NFTs começou a mudar com sua transição em 2022 (The Merge). Antes disso, a mineração em PoW do Ethereum consumia dezenas de terawatts-hora por ano.
O Cambridge Centre for Alternative Finance calculou que o consumo de energia após o Merge caiu 99,99%. Como destaca a Ethereum Foundation, essa atualização tornou o Ethereum “verde”, passando a consumir apenas 0,05% dos níveis anteriores de energia.
Essas mudanças são comprovadas por pesquisas. Após o Merge, a demanda anual de eletricidade do Ethereum caiu para cerca de 0,01 terawatt-hora e 0,01 milhão de toneladas métricas de CO₂ equivalente.
Em outras palavras, as emissões anuais totais de toda a rede Ethereum agora são em torno de 0,01 tonelada métrica de CO₂, equivalente à queima de cerca de 500 litros de gasolina. Uma transação para cunhar e vender um NFT hoje gera apenas 0,02 kg de CO₂ (para comparação, enviar uma cópia física de uma arte pode emitir 1,5 kg de CO₂).
Essas reduções mostram que a pegada de carbono dos NFTs no Ethereum foi praticamente eliminada com a transição de PoW para PoS.
Blockchains Verdes e NFTs de Baixo Carbono
Fora do Ethereum, muitos criadores de NFTs estão migrando para blockchains que consomem pouca energia por padrão. A Tezos, por exemplo, foi construída desde o início com PoS e tem uma pegada extremamente pequena. Todas as emissões anuais da rede Tezos equivalem ao consumo médio de energia de apenas 17 pessoas.
Segundo um relatório da PwC, a Tezos consome apenas 0,001 TWh por ano, milhares de vezes menos que o Bitcoin. Na prática, cada NFT cunhado na Tezos gera apenas gramas de CO₂, tornando-a popular entre colecionadores “verdes”.
Outras redes PoS também são altamente eficientes. Um relatório da Solana de 2024 mostra que seu consumo total de energia foi de aproximadamente 8,5 GWh, insignificante perto das redes PoW.
A pegada de carbono da Solana em 2024 foi de apenas 2.671 toneladas métricas, o equivalente ao que cerca de 167 americanos típicos produzem em um ano. Em contraste, o consumo do Bitcoin (159,8 TWh) resulta em cerca de 70 milhões de toneladas de CO₂.
Apenas para referência, veja os dados em formato de tabela:
| Blockchain (Consenso) | Consumo de Energia (Anual) | Pegada de Carbono (Anual) |
|---|---|---|
| Bitcoin (PoW) | 159.800 GWh | 70 milhões de toneladas de CO₂ |
| Ethereum (PoS, Pós-2022) | 5,0 GWh | 0,01 tonelada métrica de CO₂ |
| Solana (PoS) | 8,48 GWh | 2.671 toneladas de CO₂ |
| Tezos (PoS) | 1 GWh | 0,0000027 tonelada métrica (17 pessoas) |
| Polygon (PoS) | 0,00012 GWh | (Muito baixo) |
Essas diferenças têm sido o foco de novos mercados e plataformas de NFTs. Artistas e compradores preferem redes como Tezos, Flow, Cardano e Algorand, algumas das quais ainda compensam suas emissões.
A Algorand tornou-se neutra em carbono por meio de investimentos em tecnologia verde. Plataformas como Hedera e consórcios blockchain lançaram programas de compensação de carbono em NFTs. Projetos como Coorest emitem NFTs que representam árvores plantadas, enquanto a IMPT vende créditos de carbono em forma de NFT.
Todas essas tendências reforçam o ponto central: NFTs e blockchains estão se desenvolvendo para se tornarem mais ecológicos e alinhados com práticas sustentáveis.
Perspectivas de Especialistas Sobre a Sustentabilidade dos NFTs
Especialistas do setor afirmam que o comportamento do consumidor está impulsionando essas mudanças. Criadores e colecionadores escolhem onde cunhar NFTs com base na sustentabilidade.
Ari Lightman, da Carnegie Mellon, concorda que a transparência é essencial. À medida que o consumo de energia das blockchains se torna mais visível, os usuários são incentivados a apoiar opções mais ecológicas.
Segundo Preston Fischer, da FTI Consulting, novos modelos de consenso e ajustes no design das redes tornaram os NFTs muito mais eficientes do que os críticos sugerem.
Especialistas explicam que os “ordinais” do Bitcoin (inscrições semelhantes a NFTs) não aumentam o consumo energético da rede. O Bitcoin consome a mesma quantidade de energia existam ordinais ou não.
Cada venda de NFT em uma rede PoS contribui apenas de forma insignificante para o consumo de energia. Fischer observa que, na Solana, uma transação consome menos energia do que uma pesquisa no Google, e o Ethereum consome ainda menos.
Tendências de Mercado e Perspectivas Futuras
A atividade de negociação de NFTs caiu drasticamente em relação ao pico de 2021. A compra especulativa diminuiu e, com ela, as oportunidades de lucro.
Analistas previram que as vendas em mercados online de NFTs poderiam cair cerca de 11% em 2025, representando a segunda maior queda anual já registrada, atrás apenas do declínio de 62% em 2023.
A reação ambiental negativa é apontada como um dos fatores. NFTs em blockchains que consomem muita energia geraram críticas por seu impacto ecológico.
Mesmo com esse cenário, especialistas veem esperança. Graças às mudanças tecnológicas já em andamento, o impacto ambiental líquido dos NFTs está diminuindo rapidamente.
Hoje, a maioria dos novos lançamentos ocorre em blockchains de baixo consumo energético ou soluções de camada 2. Plataformas de arte e colecionadores já monitoram e compensam emissões de carbono.
Em resumo, a conscientização do consumidor e as infraestruturas mais verdes estão mudando a imagem ambiental dos NFTs.
Conclusão
O impacto ambiental dos NFTs está passando por uma transformação. A adoção de modelos de consenso de baixo consumo energético, como o PoS do Ethereum, resultou em uma redução de até 99% no uso de energia.
Novas redes como Tezos e Solana oferecem cunhagem “verde” por padrão. Colecionadores e reguladores exigem transparência quanto à pegada de carbono.
Embora os primeiros NFTs fossem vistos como vilões climáticos, hoje a indústria está rapidamente corrigindo o rumo.
Glossário
NFT (Token Não Fungível): Um ativo digital único armazenado em uma blockchain que registra propriedade e histórico de transações.
Blockchain: Um livro-razão digital descentralizado.
Prova de Trabalho (PoW): Método de consenso que consome energia.
Prova de Participação (PoS): Método de consenso ecologicamente correto baseado em validação por participação.
Pegada de Carbono: Total de emissões de gases de efeito estufa.
Compensação de Carbono: Redução de emissões por meio de ações compensatórias.
Minting: Processo de criar um NFT na blockchain.
Perguntas Frequentes Sobre o Impacto Ambiental dos NFTs
Qual é o custo ambiental de um NFT?
Depende da blockchain. Em redes PoW era alto; em redes PoS é mínimo.
O que o Merge do Ethereum mudou?
Reduziu 99,99% do consumo de energia da rede.
Existem blockchains realmente verdes?
Sim, como Tezos, Solana, Flow e Cardano.
É possível criar NFTs sem prejudicar o meio ambiente?
Sim, usando plataformas sustentáveis e compensando emissões.
